Desde os primórdios dos anos 2000, não é segredo que o Partido dos Trabalhadores sempre esteve vinculado a legendas partidárias do centro à direita da política brasileira. O Partido Liberal, do presidente Jair Bolsonaro, já foi o principal aliado em outrora do PT quando a chapa presidencial era Lula-Alencar. Vale lembrar, que a união entre as siglas ocorreu apesar da ciência do fato que o PL sempre votou em conjunto com FHC em medidas consideradas pela esquerda como "impopulares" como, por exemplo, a Flexibilização da CLT.
A deputada federal e atual presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, anunciou em abriu desse ano em um jantar com empresários a manutenção de Campos Neto na presidência do Banco Central. A problemática da continuidade de Campos Neto na gerência do Banco Central é que ele foi escolhido pelo então chefe do executivo Bolsonaro.
O Banco Central é uma instituição que tem como desempenho a administração no conjunto de ações do governo que são delineadas para alcançar determinadas finalidades alinhadas com a situação econômica do país, assim dizendo, assegurar a estabilidade da capacidade de adquirir bens e serviços com a unidade monetária e, igualmente, consolidar o anexo de instituições financeiras públicas e privadas nacionais que integram o mercado financeiro. Outrossim, a instituição é responsável pelo conjunto de medidas tomadas para promover o controle do quantitativo de moeda em circulação na economia. No início da pandemia, a política adotada pelo Campos Neto em ligação com Bolsonaro foi a doação de R$ 1,2 trilhão para salvar os bancos, enquanto a população encontrava-se desesperada devido a instabilidade financeira sem ser incluída como prioridade da política econômica.
Campos Neto, há três semanas afirmou que há de atuar da melhor maneira com o presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva. Todavia, as políticas conciliatórias não param por aí, por uma questão de governabilidade o Partido dos trabalhadores resolveu apoiar a reeleição de Arthur Lira (PP-AL), o atual presidente da Câmara dos Deputados que esteve intimamente ligado ao ainda chefe do executivo e que foi indicado por Bolsonaro para a eleição na Câmara. Lira alegou, outrora, ser a favor das reformas administrativa e tributária. As pautas levantadas pelo deputado são várias, envolvendo a desestabilização do funcionalismo público com a redução de salários com redução de jornada de trabalho, demissões tendo como justificativa a atuação insuficiente. É necessário salientar também que o presidente da Câmara dos Deputados defendeu o tão criticado pelo PT e as demais siglas da oposição “orçamento secreto” chamando-o de "participativo".
Ao que tudo indica, o PT tem como pretensão a manutenção das reformas que foram aprovadas no governo Bolsonaro, fazendo, quiçá, alterações inermes. Dessa maneira, fica quase que evidente a possibilidade da continuidade de uma gestão alinhada com o capital financeiro e os setores do empresariado brasileiro, com muitas promessas de mudanças beneficiárias para a população que, na prática, não há de ter nenhuma efetividade.
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