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Refugiada em Porto Alegre diz que prefere dormir nas ruas do Brasil ao voltar para o Afeganistão

Refugiada do Afeganistão e sua mãe
Em 2002, Nabila Khazizadah caminhava perto de casa para comprar alimentos, quando ouviu barulho de uma enorme explosão, e uma poeira branca subiu e a deixou cega, tudo estava em silêncio até que gritos interrompem todo o silêncio presente no local e Nabila viu muito sangue no chão que não era seu.

Nabila dizia que presenciou essa cena diversas vezes, e que tinha muito medo de sair nas ruas pois não sabia se iria voltar. Foi para evitar que a sua vida e da sua família estivessem em risco que Nabila foi buscar refúgio na Índia e depois no Brasil.

O pai de Nabila tentava ganhar a vida nas ruas da Índia vendendo chinelos no sinal, enquanto toda sua família dormia nas ruas e passava fome. Nabila juntamente com o seu pai, sua mãe e seu irmão se mudaram para a Índia depois de perderem sua casa para o Talibã.

Algum tempo depois, Nabila se casou com um Afegão que também era refugiado na Índia e juntos tiveram 2 filhos. O marido de Nabila, decidiu pedir ao governo indiano que fossem reassentados em outro país que desse auxílio e tivesse mais oportunidades de trabalho.

Depois de meses de espera, eles receberam a notícia que o governo brasileiro havia aceitado reassentá-los. A família de Nabila não tinha nenhuma noção de como era o Brasil, não sabiam como era a cultura brasileira, como era língua falada no Brasil, tudo que eles queriam era um futuro mais calmo para seus filhos.

Chegando ao Brasil, a família de Nabila foi encaminhada para Porto Alegre, onde receberam auxílio moradia, além de energia, ajuda no aluguel, remédios e transporte escolar pagos pela ACNUR (Agência da ONU para Refugiados).

Nabila disse, que passou 3 meses fechada dentro de casa chorando e imaginando como seria a vida sem a sua mãe e pai que ficaram na Índia. Depois de um tempo, Nabila fez uma reflexão de que não adiantaria ficar em casa chorando, então ela saiu para fazer amizades com as vizinhas e decidiu aprender a falar português.

A adaptação no Brasil não foi nada fácil para Nabila, ela já sofreu muito preconceito nas ruas do Brasil por andar com a cabeça coberta por um hijab. Nabila sentia os olhares desconfiados dos brasileiros que se recusavam a sentar do lado dela no ônibus. Nabila também já ouviu muitos comentários maldosos a chamando de “mulher bomba”.

Os filhos de Nabila se adaptaram muito bem ao novo país, porém o marido dela, começou a ter ciúmes e não queria deixar Nabila trabalhar e não queria deixar os filhos saírem de casa. Nabila e sua família precisavam de trabalho, pois os benefícios pagos pela ACNUR, seriam pagos só até completar 1 ano da chegada deles do Brasil.

Em 2007, o marido de Nabila decidiu voltar ao Afeganistão e Nabila se recusou a deixar o Brasil, ela se separou do marido e decidiu que sustentaria seus filhos sem ajuda dele. Nabila teve que batalhar muito para sustentar seus filhos. Faz 15 anos que Nabila trabalha como diarista em uma casa de família na parte da manhã e na parte da tarde ela cuida de uma idosa. Nabila fala muito bem de seus patrões e dizem que são pessoas muito boas, que ajudam e confiam nela.

Nos dias de hoje, os filhos de Nabila tem 26 e 27 anos, trabalham e são independentes financeiramente.

17 anos se passaram e Nabila queria muito rever os pais. O casal de idosos hoje mora nos EUA, eles conseguiram ser reassentados alguns anos depois de Nabila vir para o Brasil. Nabila tentou o visto para os EUA para visitar os seus pais, mas teve o seu visto negado, mas mesmo estando muito idosos, os pais de Nabila conseguiram vir ao Brasil para visitar a filha.

Quase 20 anos depois de Nabila chegar ao Brasil, hoje ela pode dizer que já se sente em casa, fez muitos amigos e fala português fluente com um leve sotaque. Nabila continua usando sempre o seu hijab e frequenta a mesquita da cidade.

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